13 de abril de 2010

A sombra da garrafa

A GARRAFA, grande ou pequena, rustica ou elegante, que contém a bebida alcóolica, seja esta a simples cachaça ou seja qualquer dos mais ricos e elaborados licores, projecta sempre uma sombra sinistra e má.
Eis quanta miséria a transitar pela verdade tortuosa dessa sombra maligna! O cortejo é infindo, e é de molde a constranger a alma: Eis passa, com o auxílio de muletas, a legião que a bebida fez adoecer - os obesos, os reumáticos, os tuberculosos, os velhos antes do tempo, os que têm o estômago e o fígado em farrapos, os atacados de delirium tremens, os loucos... Eis a seguir os seus pobres filhos, vítimas inocentes das mazelas paternas ou maternas, escrofulosos, raquíticos, epilépticos, idiotas e dementes... Arrastam-se todos, uns ainda com algum vigor, no princípio de sua carreira descencional, outros a muito custo, em esgares e cambaleios - são os que se aproximam do seu destino: uma cova rasa e anônima.
O cortejo é infindo, sim, e desfila dia e noite, sem cessar. Observa-o bem, leitor amigo. Repara, nas narrativas que seguem, como é funesta essa sombra maldita, e resolve nesse instante tornares-te um lutador indefesso na cruzada contra o álcool!

2 comentários:

Luís Filipe disse...

Lei seca e anti-fumaça! Tem até outdoor em Florianópolis anunciando a suposta conquista jurídica e cidadã de interditar o fumo em lugares fechados. Os caras têm mesmo tesão em proibir. Vão tomar banho! Tempo careta e burro!

Mario Davi Barbosa disse...

Brindemos!

É o que nos cabe.