18 de setembro de 2011

Porque hoje o dia nasceu em poesia



Eu abro os olhos. Ela remexe o corpo. Eu paro os olhos sobre ela e espero o tempo passar. O tempo passa lento no nosso quarto. Ela abre os olhos. Os olhos dela circulam pelo espaço e se encontram com os meus. Ela fecha os olhos bem devagar e sorri, enquanto procura meu rosto com as mãos. Eu lambo a cria. Ela toca meu rosto e examina. E volta a abrir os olhos. Eu lambo a cria. Ela encontra minhas mãos e examina. Levanta as pernas.  Fecha lentamente os olhos, enquanto ensaia um sorriso pra mim. Eu lambo a cria. Ela estende o corpo relaxado sobre o colchão. Eu olho pra ela. Ela abre os olhos e se vira em minha direção e volta a me examinar. Encontra os meus cabelos. Eu lambo a cria. Ela suavemente retira o seu olhar sobre mim. E começa a examinar o mundo. Balbucia sons. Eu cuidadosamente retiro o olhar sobre ela e vou criar as palavras. O sol, que já está alto, é uma bola de fogo e poesia.

Um comentário:

João De Bortoli disse...

...muito lindo!!!dispensa comentários! um beijão nocês...
do sogrão, vovô, e papis...